28 setembro 2007

Eu...




Eu

Até agora eu não me conhecia,
Julgava que era Eu e eu não era
Aquela que em meus versos descrevera
Tão clara como a fonte e como o dia.

Mas que eu não era Eu não o sabia
E, mesmo que o soubesse, o não dissera…
Olhos fitos em rútila quimera
Andava atrás de mim… e não me via!

Andava a procurar-me - pobre louca!-
E achei o meu olhar no teu olhar,
E a minha boca sobre a tua boca!

E esta ânsia de viver, que nada acalma,
E a chama da tua alma a esbrasear
As apagadas cinzas da minha alma!

(Florbela Espanca - "Charneca Em Flor")


~*~
->Creio que entre eu e este soneto, qualquer semelhança não é mera coincidência. Florbela, parece descrever-me dos pés a cabeça, de corpo e alma... simplesmente incrível!

5 comentários:

Anônimo 28 de setembro de 2007 às 20:47  

Olá Moça...
vejo que Florbela te contagiou, muito bom saber que existe pessoas sensível como a querida Florbela.

Admirável...

Beijão

Anônimo 29 de setembro de 2007 às 12:56  

Florbela é lindimais da conta!!

Nada melhor que ela prá levantar a alma de qq pessoa.

Beijos

FERNANDINHA & POEMAS 30 de setembro de 2007 às 16:09  

Lindo soneto,
Bela escolha!
Parabéns,
Fernandinha

Anônimo 1 de outubro de 2007 às 12:14  

Florbela sabia domar as palavras...

(=
Simples e perfeita.

:*

Carmim 2 de outubro de 2007 às 11:47  

Sou suspeita para falar, pois adoro Florbela Espanca.
Creio que ela tem sempre um poema com que nos identificamos, que descreve o nosso momento, a nossa maneira de ser... mesmo que não tivesse sido sua intenção, ela descreve almas como ninguém!

Beijos.

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